Parte
integrante da dieta de vários brasileiros, o queijo é também motivo de
preocupação para aqueles que desejam manter uma alimentação saudável. Até então
acreditava-se que o alto teor de gordura e de calorias de alguns tipos mais
saborosos, como parmesão e gorgonzola, trouxesse prejuízos para a saúde.
Entretanto, uma pesquisa realizada pela Universidade de Copenhague mostrou que
não é bem assim.
O estudo,
publicado recentemente no “Journal of Clinical Nutrition”, provou que os
exemplares mais gordurosos, na verdade, ajudam o HDL, o colesterol bom de nosso
corpo. As 139 pessoas que participaram da pesquisa foram divididas em três
grupos: o primeiro retirou o queijo completamente da dieta; o segundo consumiu
apenas queijos com baixo nível de gordura; e o último passou a ingerir apenas
queijos gordurosos – normalmente de cor mais amarelada.
Após 12
semanas, todos foram submetidos a exames de saúde para medir os níveis de
colesterol, glicose, triglicérides e insulina. O resultado foi surpreendente:
nenhum dos grupos teve alterações em seus níveis de LDL (colesterol ruim) –
considerado prejudicial para a saúde do coração. Na verdade, aqueles que incluíram
os queijos amarelados na dieta tiveram um aumento no nível do colesterol bom, o
HDL.
O diretor do
Instituto Mineiro de Endocrinologia, Geraldo Santana, explica que a relação
entre colesterol e queijos gordurosos já vem sendo rediscutida há algum tempo.
Segundo ele, as taxas de colesterol estão relacionadas mais à produção natural
do lipídio pelo nosso corpo do que ao que ingerimos.
“Sabemos que
apenas uma pequena parte do colesterol sanguíneo é proveniente do colesterol
que ingerimos. A maior parte é produzida pelo nosso organismo e depende dos
processos enzimáticos do fígado influenciados pelos hormônios e pela genética”,
afirma.
Outro motivo
que faz com que a gordura presente nos queijos não seja prejudicial para a
saúde, em relação à alteração das taxas de colesterol ruim, é o fato de que se
trata de gorduras naturais. “Existem alimentos que podem aumentar o colesterol.
Mas são aqueles que contêm gorduras hidrogenadas, como pipoca de micro-ondas.
Carboidratos refinados, como a farinha branca, também podem impactar as taxas
de colesterol ruim”, explica.
Contraponto
Embora essa
pesquisa possa ser um alívio para aqueles que desejam ter uma alimentação
saudável sem se preocupar com o consumo de queijos, o cardiologista e diretor
da Sociedade Mineira de Cardiologia Evandro Guimarães afirma que os detalhes do
estudo devem ser analisados com cautela, como o número da amostragem, o uso de
medicamentos durante a pesquisa e a dieta adotada nas 12 semanas.
“Os queijos
mais gordurosos têm alto teor de gordura saturada, que faz com que o
colesterol, tanto o bom quanto o ruim, aumente. Você tem uma taxa de gordura
saturada que deve ser consumida para que o colesterol não se altere. Nessa
pesquisa, provavelmente, as pessoas que consumiram os queijos gordurosos
diminuíram a ingestão de outros alimentos com gordura saturada, por isso o
resultado”, defende.
Um aliado na
dieta de baixo carboidrato
Queijos com
alto teor de gordura podem ser aliados na perda de peso. O endocrinologista
Geraldo Santana explica que, em casos de dieta com baixo consumo de
carboidratos, os queijos podem ser ingeridos em maior quantidade.
“Nesse tipo
de dieta o que importa é a quantidade de carboidrato no alimento. E o queijo
tem uma taxa muito pequena de desses compostos, além de ser boa fonte de
proteína”, diz.
Entretanto,
aqueles que adotam uma dieta de baixa caloria devem evitar os queijos
amarelados, pois esses exemplares possuem alto valor calórico e podem fazer com
que a pessoa acabe ganhando peso.
Fonte: O Tempo (Mariana Alencar)/FAEMG
Fonte: O Tempo (Mariana Alencar)/FAEMG
Até mais....
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